segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nada

Hoje apetece-me escrever sobre nada.
Estou a trabalhar mas sem qualquer expectativa de tipo nenhum. Não sei sobre que tema hei-de escrever. O nada é bastante simples pois é onde pode caber tudo apesar de não estar lá coisa nenhuma. Pensem na vantagem de ter o nada na cabeça. Nada de ideias feitas, nada de medos, nada de preconceitos, há tempo para tudo, ainda vai acontecer o que queremos, não temos dores que nos agoniam, nem arrependimentos.
É quase como nascer de novo, podemos ter algum frio, não saber o que fazer nas situações, pois nada aprendemos ainda, mas no entanto há todo um mundo à nossa espera: cores, cheiros, sons, texturas, sabores.
Podemos começar por aqui, por experimentar os sentidos e ver como a coisa corre, e depois podemos aventurar-nos com as palavras, as pessoas, o conhecimento, o mar e o respirar.
É bom parar para perceber o nosso respirar e sentirmos que estamos cá, somos nós.
Não importa mais nada pois tudo o resto pode chegar a seu tempo (ou não), mas se tivermos consciência do Ser e não do Ter, tudo pode acontecer.
Não me preocupei com rimar, mas aconteceu e na perspectiva do não estava à espera de nada, se chegou deixo ficar.
E sim, conhecedores, eruditos e delatores da língua de Camões, não vos preocupeis com a minha fraca prosa, pois eu sei que não é nada, mas é mesmo isto que preciso. 
Não tenho mais Nada para dizer...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1 de Dezembro

Feriado desde sempre para todos os que se lembram de si desde sempre. Restauração da Independência dos Espanhóis em 1640, é a data que se assinala neste dia. Parece no entanto que este é o ultimo ano em que celebramos este dia, o que não deixa de fazer sentido, porque entrámos numa era em que voltámos a estar dependentes de outros povos europeus mais a norte situados.
Eu não gosto de guerras, com tantas perdas de vidas e tragédia associada. Mas hoje sou obrigada a pensar que as coisas pareciam mais simples no século XVII. Haviam dois lados, batalhas para travar e no final um dos lados ganhava a guerra e o outro era derrotado. Hoje há muitos lados, não percebemos onde se travam as batalhas e não conseguimos ver onde acaba esta guerra.
E se não trata aqui da morte física, mas confronta-mo-nos com a morte psíquica, afectiva, ideativa que nos vai ameaçando.
LUTEMOS POIS.

Quanto ao feriado, podem leva-lo em nome da nossa recuperação, seja lá o que for que isso significa.
Para mim hoje é e será sempre feriado, pois é o dia que assinala o aniversário do meu pai que faria 80 anos, se não tivesse perdido, mas não sem lutar heroicamente a sua batalha com a doença.